- Márcia Foletto/Agência O GloboO deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) (esquerda) e o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) discutem enquanto membros da Comissão da Verdade entravam no 1º Batalhão da Polícia do Exército
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) tiveram uma discutição feia na manhã desta segunda-feira (23), no momento em que membros da Comissão da Verdade entravam no 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, onde funcionava o antigo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna). Segundo a assessoria de imprensa de Rodrigues, o senador amapaense falou que foi agredido por Bolsonaro com um soco na região do estômago.Ampliar
Testemunhas da confusão confirmaram que Bolsonaro agrediu o senador do PSOL durante a confusão. Após a briga, ambos entraram no batalhão e seguiram para a visita acompanhados de militares, parlamentares e representantes do Ministério Público. Procurada, a assessoria de Bolsonaro afirmou que ainda não teve contato com o deputado federal na manhã desta segunda.
O bate-boca começou quando o senador João Capiberibe (PSB-AP) tentou barrar a entrada de Bolsonaro, que é radicalmente contrário aos trabalhos da Comissão da Verdade, e disse estar no local como forma de protesto. Nesse momento, Rodrigues se aproximou para apoiar o senador do PSB, e houve troca de ofensas entre os dois.
Participam da visita os senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), a deputada federal Luiza Erundina, o presidente da Comissão da Verdade do Estado do Rio, Wadih Damous e representantes Comissão Nacional da Verdade, entre outros. Eles entraram em uma das salas de tortura às 11h45.
O deputado Jair Bolsonaro disse que foi ao 1º Batalhão de Polícia do Exército para protestar contra os trabalhos da comissão. Ele chegou a entrar junto com a comitiva que visita o prédio do DOI-Codi, mas, segundo a a assessoria da Comissão da Verdade, o parlamentar do PP não está acompanhando a visita, embora ainda não tenha deixado o batalhão. Ele estaria aguardando no pátio.
A assessoria de João Capiberibe informou que o senador já trabalhava com a hipótese de encontrar Bolsonaro na manhã desta segunda. Na reunião com o ministro Celso Amorim, na qual membros da comissão e militares acertaram os detalhes da visita, um coronel do Exército teria dito que se a prerrogativa de parlamentar bastava para que Capiberibe e Rodrigues visitassem o 1º Batalhão de Polícia do Exército, "o Bolsonaro também poderia entrar".
Do lado de fora do batalhão, um grupo de cerca de 30 manifestantes e profissionais de imprensa aguardam o fim dos trabalhos da comissão. Os manifestantes são militantes de partidos, jovens universitários e membros da ONG Tortura Nunca Mais.